terça-feira, 15 de outubro de 2013

Como as próteses digitais podem ajudar atletas e pessoas com dificuldade de locomoção

03:00




O esporte paraolímpico é um dos maiores laboratórios para o desenvolvimento de próteses mais modernas. O sul-africano Oscar Pistorius  já era uma dos atletas paralímpicos mais famosos da atualidade. Ele ganhou o mundo quando, usando suas pernas artificiais de carbono, pôde competir em igualdade de possibilidades com atletas não deficientes em nível mundial. 

Corredor Paraolímpico Oscar Pistorius
"A prótese no esporte paraolímpico funciona como o carro de Fórmula 1: você desenvolve a tecnologia na pista e depois traz ela pro dia-a-dia. Prótese esportiva é a mesma coisa: o atleta treina, potencializa a musculatura para dar o retorno elástico da prótese e depois a tecnologia vem para o dia a dia" diz Ciro Winckler, professor de Educação Física da Unifesp.

A questão é que se toda tecnologia das próteses mais modernas fosse permitida no esporte paralímpico, estariam então competindo os melhores programadores e não mais os atletas. Nesse sentido, existe uma diferença importante entre hardware e software. As próteses mecânicas, como a de fibra de carbono usada por Pistorius, são permitidas nas competições, afinal os músculos do atleta precisam trabalhar arduamente. Já as biônicas, como as que você vai conhecer agora, não podem ser usadas no esporte, mas fazem diferença na vida de quem precisa usá-las. 

Os fabricantes de próteses biônicas usam toda a experiência dos atletas para desenvolver produtos que realmente melhoram a qualidade de vida dos amputados. Combinando a inteligência artificial com a fisiologia humana, a bioengenharia desenvolveu próteses que respondem à ação humana a fim de devolver as funções anatômicas perdidas após a amputação. 

"Tem a percepção do movimento, tem um processador , um microchip que faz o processamento dessas informações e dá o retorno mecânico a partir do movimento da pessoa", afirma Winckler.

O Instituto de Tecnologia de Massachusetts, o famoso MIT é o responsável pelo desenvolvimento da maior parte das próteses digitais. E boa parte delas recorre à inteligência artificial, que é composta por microprocessadores, sensores, acelerômetros e giroscópios. Funcionam como um carro de câmbio automático; a prótese é capaz de identificar a velocidade do caminhar para ajustar o amortecimento necessário para maior conforto do usuário. Tudo isso é feito através de sensores e algoritmos de computador. 




Esta prótese é ainda mais completa. Com um motor integrado, ela faz com que o joelho busque a sua própria energia ao para esticar ou flexionar a perna. O joelho biônico ainda recorre a sensores e a um microprocessador para "aprender" o modo de caminhar do usuário, ajustando-se automaticamente com base na velocidade, no terreno e na amplitude da passada. O giroscópio atua como sensor de movimento e assim identifica onde se encontra a articulação no “espaço” e também o ângulo de inclinação. 

"Esta prótese melhor a qualidade de vida, melhora a eficiência mecânica da marcha, mas acho que o principal ponto não é a questão mecânica; é a questão de aceitar a sua condição. Você olha a pessoa e você não vê o nível de anormalidade. Não existe uma "deficiência" mais aparente do que a substituída pela prótese", segundo Winckler.

Apesar de tanta evolução, um obstáculo ainda é enorme para que essas próteses possam atender e beneficiar mais pessoa o preço: São todas importadas, principalmente da Alemanha e da Finlândia, onde são produzidas. Por lá, essas próteses custam algo em torno de 100 mil dólares. Aqui, somadas as taxas de importação, essas próteses biônicas chegam ao Brasil com valores atingindo absurdos 240 mil reais – valor de carro de luxo. 

De qualquer forma, soluções cada vez mais inovadoras aparecem para facilitar a vida de portadores de necessidade especial de todos os gêneros. Para um futuro próximo, o que deve surgir são próteses e aparelhos controlados pela força da mente. 

Fonte: http://olhardigital.uol.com.br

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